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Assembleia Geral da ONU vota nova resolução por cessar-fogo imediato e ajuda humanitária em Gaza 53291z

Nesta quinta-feira (12), a atenção do mundo está voltada para Nova York, onde a Assembleia Geral das Nações Unidas se prepara para votar uma nova e contundente resolução sobre o conflito na Faixa de Gaza. Após veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança, a Assembleia Geral da ONU tentará aumentar a pressão sobre Israel, pedindo "todas as medidas necessárias" para garantir que o país respeite o direito internacional. 4c5g64

12 jun 2025 - 06h53
(atualizado às 10h29)
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Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York Essa proposta se diferencia principalmente porque sai do campo da diplomacia genérica e entra num terreno mais direto: ela responsabiliza Israel como potência ocupante, o que tem implicações jurídicas sérias. Essa é a primeira vez que um texto visando um acordo ganha esse teor, desde o início da ofensiva militar israelense, em outubro de 2023 Além disso, o documento propõe que os países-membros adotem medidas para pressionar Tel Aviv a respeitar a Carta da ONU e garantir ajuda humanitária irrestrita à população palestina. É um movimento simbólico, mas com potencial de aumentar o isolamento diplomático de Israel — especialmente se for aprovado com maioria expressiva na Assembleia. EUA vetou tentativa de acordo votada no início do mês A resolução de 4 de junho foi apresentada por um grupo de dez países, incluindo Argélia, Dinamarca, Grécia, Paquistão e Coreia do Sul, e contava com o apoio de 14 dos 15 membros do Conselho. Ela exigia um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional em Gaza, cobrava a libertação de todos os reféns em poder do Hamas e expressava profunda preocupação com o risco de fome e o colapso do sistema de saúde em Gaza. Também reafirmava que todas as partes deveriam seguir o direito internacional humanitário, além de pedir o fim imediato das restrições à entrada de ajuda humanitária. Era um texto abrangente, que recebia amplo apoio — mas acabou barrado pelo veto dos EUA. Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Dorothy Shea, o texto era inaceitável por três motivos: pelo que dizia, pelo que deixava de dizer e pela maneira como foi conduzido. Para os EUA, a proposta falhava por não condenar explicitamente o Hamas e nem exigir que o grupo se desarme e deixe Gaza. Washington argumenta que não pode apoiar nenhuma resolução que não reconheça o direito de Israel à autodefesa. A embaixadora ainda acusou o Hamas de rejeitar várias propostas de cessar-fogo — incluindo uma apresentada no fim de semana anterior à votação — e disse que o Conselho não pode "recompensar a intransigência" do grupo. É uma posição que tem isolado os Estados Unidos dentro do Conselho, especialmente diante da pressão internacional por uma resposta mais clara à crise humanitária em Gaza. Exigências dos Estados Unidos para a aprovação do texto Um dos principais pontos exigidos pelos Estados Unidos é que o novo texto endosse a atuação dos centros de distribuição de ajuda criados com apoio de Israel, conhecidos como Gaza Humanitarian Foundation, ou GHF. Esses centros são locais privatizados e fortemente militarizados que começaram a operar recentemente dentro do enclave. Apesar disso, a maioria dos países-membros do Conselho rejeita essa inclusão, porque a iniciativa tem sido alvo de críticas tanto por seu caráter seletivo quanto pelos riscos impostos à população civil. Esses centros oferecem pequenas porções de alimentos básicos como lentilhas, farinha e sal, mas a distribuição é extremamente limitada. Milhares de palestinos caminham durante horas, muitas vezes no meio da noite, para tentar conseguir uma dessas caixas — mesmo sob risco de serem alvejados por tropas israelenses posicionadas nos arredores. Há casos frequentes em que civis retornam para casa sem nada, obrigados a tentar novamente no dia seguinte. O que acontece se o texto for aprovado? Se for aprovada, a resolução — ainda que não vinculante — representará uma das declarações coletivas mais contundentes da Assembleia Geral desde o início das hostilidades entre Israel e Hamas, há 20 meses. O texto faz referência às medidas provisórias da Corte Internacional de Justiça emitidas em janeiro, março e maio de 2024, que alertam para um "risco real e iminente" de genocídio em Gaza. O rascunho também se baseia na Resolução 2735 (2024) do Conselho de Segurança, que exige que ambas as partes no conflito implementem um cessar-fogo imediato, libertem todos os reféns, realizem a troca de prisioneiros palestinos e retirem totalmente as forças israelenses da Faixa de Gaza. No curto prazo, por exemplo, Israel pode perder o o aos reféns que ainda estão em Gaza à medida que intensifica os combates, além de enfrentar um custo político mais alto com a possibilidade de novas sanções. Solução de dois Estados em discussão na ONU em junho A conferência, que acontece entre 17 e 20 de junho na sede da ONU, em Nova York, busca aumentar o número de países que reconhecem a Palestina como um Estado, avançando na solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino. O evento é liderado pela França e pela Arábia Saudita. Os Estados Unidos, no entanto, consideram a conferência "contraproducente" e estão incentivando outros países a não participarem. Já Israel provavelmente não comparecerá ao evento, segundo diplomatas. Além disso, França e Reino Unido, que inicialmente apoiavam a iniciativa, parecem ter diminuído o seu comprometimento com essa agenda. Durante coletiva na Casa Branca nesta quarta (11), a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que Donald Trump é realista e que Gaza se tornou um lugar inabitável, que precisa ser reconstruído com o apoio de parceiros árabes. A declaração veio um dia após o embaixador dos EUA em Israel afirmar que Washington já não busca mais ativamente a criação de um Estado palestino independente. 6hm57

Reunião do Conselho de Segurança da ONU enquanto os membros votam em uma proposta de resolução que pede um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza
Reunião do Conselho de Segurança da ONU enquanto os membros votam em uma proposta de resolução que pede um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza
Foto: AFP - LEONARDO MUNOZ / RFI
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