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Postagens com ameaças a escolas crescem 360% de 2021 a 2025 no Brasil, aponta Fórum de Segurança 6i6c3l

Segundo pesquisa, de janeiro a 21 de maio deste ano foram contabilizados mais de 88 mil menções violentas contra alunos, professores e diretores. Levantamento ainda alerta para crescimento do conteúdo de ódio na web tradicional 444u3v

11 jun 2025 - 16h47
(atualizado às 17h25)
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O número de postagens com ameaças a escolas nas redes sociais cresceu 360% entre 2021 e maio de 2025, segundo levantamento divulgado nesta quarta, 11, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 1n656w

O estudo "Aspectos da Violência nas escolas analisados a partir do mundo digital" foi feito em parceria com a empresa de monitoramento Timelens, que analisou 1,2 milhão de menções em redes sociais de posts sobre ataques a escolas ou comentários violentos e discurso de ódio envolvendo escolas durante os últimos 4 anos, além de análises em fóruns, na Deep Web e de conteúdos no Youtube e Google.

Esses posts não estão apenas mais frequentes, mas também circulam abertamente nas redes. Autores de ataques a escolas também têm sido cada vez mais elogiados em mensagens na internet.

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Até 21 de maio deste ano, já foram contabilizadas mais de 88 mil menções diretas de ameaças contra alunos, professores e diretores nas redes sociais. Em todo o ano de 2024 esse número foi de 105.192 postagens, enquanto em 2021 mal ultraavam 43.830 posts. Esses saltos expõem "a urgência de ações coordenadas para conter essa escalada", segundo o estudo.

A circulação desses conteúdos com discurso de ódio também tem mudado. Em 2023, 90% deles estavam s à Deep Web (parte da internet que não aparece em buscas comuns). Já em 2025, segundo a análise, a exposição desse tipo de conteúdo na Deep Web caiu para 78%. A alteração sinaliza que as mensagens violentas e ameaçadoras, que antes circulavam por esse ambiente fechado, agora aparecem livremente, sem qualquer tipo de filtro, na web tradicional.

Violência contra meninas e mulheres 394417

A pesquisadora do FBSP, Manoela Miklos, alerta sobretudo para o aumento da violência contra meninas e mulheres no ambiente digital e destaca a urgência de entender a nova realidade vivida por adolescentes.

Os dados mostram que a vitimização por cyberbullying atinge igualmente meninos e meninas (12% em ambos), mas são os meninos que mais praticam ofensas: 17% itiram ter agido de forma ofensiva no ambiente virtual, contra 12 % das meninas, o que revela um "desequilíbrio preocupante na dinâmica de ataque e defesa entre os jovens", diz a pesquisadora.

Para Renato Dolci, diretor de dados na Timelens, a violência digital não é mais uma exceção — tornou-se parte do cenário cotidiano. Ele destaca que não se trata apenas de uma tendência, mas de um novo ecossistema em que meninos solitários, hiperconectados e emocionalmente desamparados encontram nas redes um caminho que começa com acolhimento e termina em radicalização.

"Quando o algoritmo substitui o afeto e a escuta, o risco deixa de ser virtual", afirma o diretor da Timelens. Segundo ele, a violência nas redes ganhou terreno porque encontrou público, linguagem, recompensa e impunidade. "Os jovens não estão apenas consumindo conteúdo — estão formando identidade em espaços que valorizam o exagero e a exclusão", completa Renato Dolci.

"Diferente das gerações anteriores, não há separação entre o mundo online e o offline — é uma vida só, híbrida. E, se não compreendermos bem essa experiência, não vamos conseguir criar respostas eficazes para protegê-las", afirma Miklos. Para ela, enfrentar esse cenário exige responsabilidade compartilhada entre Estado, escolas, famílias e sociedade.

Elogios a agressores 281530

Outro dado que preocupa a pesquisadora é a escalada acentuada de comentários com elogios aos perpetradores de ataques a escolas. Se em 2011, ano marcado pelo massacre de Realengo (RJ), 0,2% dos comentários exaltavam agressores, em 2025 essa parcela já corresponde a mais de um quinto (21%).

Entre os elogios, preponderam aqueles direcionados a jovens que supostamente reagiram com violência por "legítima defesa" após sofrerem consequências psicológicas e emocionais em decorrência do bullying. Outros citam "vingança justa" e até colocam o agressor como herói.

Parte dos comentários hostis exaltam a postura agressora, como se o autor da ameaça merecesse aprovação — cenário que embute uma "raiva silenciosa" cada vez mais ignorada pelas plataformas, na visão dos pesquisadores à frente do estudo.

Sexualização precoce 5po4j

O estudo ainda mediu o impacto da sexualização precoce: entre estudantes do 9º ano, a proporção de meninas que já tiveram relação sexual subiu de 19% em 2015 para 22,6% em 2019. Entre os meninos, foi registrada queda de 35% para 34,6%, o que cria uma pressão extra sobre eles para "acompanharem" as colegas, diz o estudo.

Entre as meninas, 95% afirmam ter ao menos um amigo próximo para desabafar, percentual que cai para 85% entre os meninos, e menos de 50% dizem estar satisfeitos com a própria imagem corporal.

Escola que Protege 6pv63

O pesquisador Cauê Martins, do FBSP, elogia o programa Escola que Protege do Ministério da Educação (MEC), que tem como objetivo fortalecer a capacidade das redes de ensino para prevenir e enfrentar a violência nas escolas e ofereceformações temáticas para os profissionais da educação, orienta na elaboração de planos de prevenção e resposta, além de promover a cultura de paz e a convivência democrática.

O programa propõe uma estratégia articulada em três eixos:

  • produção e difusão de conhecimento, com foco em pesquisas sobre convivência escolar;
  • resposta imediata com apoio psicossocial às comunidades afetadas;
  • incentivo a práticas que promovem a cultura de paz.

Martins diz que a integração entre dados, políticas públicas e atuação interministerial, envolvendo MEC, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e Polícia Federal, tem sido fundamental para prevenir episódios extremos e enfrentar a presença de grupos extremistas nas redes.

Para ele, a combinação de ameaças abertas, celebração da violência e insuficiente apoio emocional está corroendo a segurança e o bem-estar de milhares de adolescentes.

"A necessidade de ações integradas, que unam escolas, famílias, plataformas digitais e poder público, nunca foi tão urgente", reforça.

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Estadão
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